1º semestre de 2010

Os biscoitos finos de Oswáld

A espera da filha do escritor modernista pelo reconhecimento do pai e de sua obra

Por Guilherme Dearo e Ricardo Azarite

O prédio, na Avenida Higienópolis, chama a atenção. Pé direito alto, toda a frente voltada para a rua é composta por imensas janelas pergoladas, que vão do chão ao teto, uma cor diferente em cada apartamento.

No apartamento 63, o “espírito de modernidade” se prolonga. De modernismo, melhor dizendo. Quem nos recebe é Antonieta Marília de Oswald de Andrade, ou somente Marília de Andrade. Sorridente, extrovertida, não demora a ser envolver na entrevista. E não esconde o orgulho do pai.

Pai que deixou muitos objetos que decoram a sala de estar do grande apartamento. Para a entrevista, ela se senta numa cadeira que foi a preferida do pai. Ainda há uma de balanço, outro xodó. Esculturas em galhos de árvores que ele comprou em viagens decoram a estante. Ela não sabe direito o que são. Chama de homem, onça, cavalo. Coincidência com “O Homem e o Cavalo”, peça de 1934?

Marília de Andrade é a penúltima filha do escritor modernista Oswald de Andrade, como o seu nome já denunciava. Nasceu já no fim da vida do pai, quando as condições financeiras não eram as melhores e o furor cultural dos tempos da Semana de 22 já tinha passado. O pai já rompera com Mário de Andrade, já não era mais marido de Tarsila do Amaral ou de Pagu.

Perdendo o pai ainda menina, e, alguns anos depois, o irmão e a mãe, Marília teve de digerir durante a adolescência quem fora o Oswald-escritor, diferente do Oswald-pai. Oswáld, aliás, é bom frisar. Oswáld.

Mestre e PhD em Psicologia Social, Marília tem formação artística em dança clássica, moderna e contemporânea, se apresentou por décadas como dançarina e coreógrafa no Brasil e no exterior. Pesquisadora em Psicologia e Dança, hoje em dia alterna sua rotina entre São Paulo e Campinas, onde, na Unicamp, orienta teses. Naquela universidade ela idealizou e criou o Departamento de Artes Corporais e o Curso de Graduação em Dança.

“Voltar-se para o mundo, assim era o Oswald”, diz, lembrando com carinho do pai. “Ele dizia que tinha todas as superstições que existia e mais algumas que inventava!”, conta, rindo.

Entre respostas, risos e lágrimas, mostra os objetos do pai, as fotos, as relíquias, como a segunda edição da mítica Revista Klaxon, de 1922, e o primeiro exemplar da Revista de Antropofagia. Ou uma foto do pai moço (“muito bonito!”), contrastando com uma foto do pai no último ao de vida, já abatido pela doença.

Encontra até mesmo um panfleto de quando seu pai foi candidato a deputado federal pelo Partido Republicano Trabalhista, em 1950. “Vote e faça votar. Pão, teto, roupa, saúde, instrução e liberdade” era o lema. “Ajudei ele a distribuir isso nas ruas”, conta Marília. Mais abaixo, os dizeres “Contra a bomba atômica e a sociedade errada de nossos tempos”. Ao lado, contas, cálculos e dívidas rabiscadas a lápis. Sinal dos tempos.

Babel – Como é para a senhora ver o Oswald de Andrade como escritor?

Marília de Andrade – Em primeiro lugar ele era o meu pai e não me interessava em pensar quem era o Oswald como trabalhador, como intelectual. E como pai, não posso dizer que houve algum melhor no mundo! Pelo fato também de ele trabalhar em casa, lendo e escrevendo, eu tinha tempo integral com meu pai – foram nove anos inteiros! Eu era apaixonadíssima por ele, sempre recebia muito carinho, era um afeto que a gente percebia que ele se entregava pra dar. Como só o tive até meus nove anos, o que me importava mesmo era a sua postura como pai. A noção do meu pai como escritor veio da rua, dos comentários que eu ouvia fora de casa – e a maioria deles era muito negativa, principalmente as vindas de editores.

A imagem pública de Oswald de Andrade como escritor é certamente diferente da imagem do Oswald para a senhora. Como a senhora via o escritor Oswald de Andrade na intimidade?

Apesar da imagem de uma pessoa ativa, agitada, crítica e agressiva, a qual andava lado a lado com ele, Oswald era extremamente sensível – e eu percebo que ele já tinha sofrido muito com todo o seu passado quando se casou com a minha mãe. Quando digo que ele sofreu, me refiro aos ataques que foram feitos a sua imagem pública, de escritor, de intelectual – e mais do que isso, me refiro à marginalização que ele sofreu, a falta de reconhecimento de sua obra, não se interessavam em publicar o material que ele escrevia como se interessavam em publicar aquilo que o Mário [de Andrade] escrevia. O tratamento que davam ao Mário era totalmente diferente; enquanto ele era reconhecidíssimo, meu pai era “calcanhar de Aquiles” do movimento modernista, o mais fraco dos escritores da semana de 22. Imagino que meu pai, quando se casou com minha mãe, já estava cansado dessa marginalização e já era um outro Oswald, diferente daquele que está no imaginário dos anais da literatura brasileira.

E como era para você como filha ver essa vida marginalizada do seu pai?

Para uma criança, isso era muito complicado. Eu comparava meu pai aos outros pais e achava que ele não trabalhava, eu pensava ‘meu pai fica o dia inteiro em casa, lendo, escrevendo, que tipo de trabalho é esse?’. Cheguei a falar isso para ele uma vez e ele ficou bastante bravo e inconformado (risos). Esse cenário de um pai que só escreve mas que nunca é publicado me fez criar um imaginário de que meu pai não escrevia bem. Na cabeça de uma criança de nove anos não é lógico o raciocínio de que seu pai é um visionário, de que está a frente de seu tempo – e que por isso ninguém conseguia compreender sua obra ou se interessar em publicá-la.

Como via a relação das pessoas com o Oswald escritor/figura pública?

Os pais de amigas eram a referência, muitos deles tinham bibliotecas e eu gostava de comentar que eu era filha de Oswald de Andrade, mas eram pouquíssimos aqueles que conheciam seu trabalho – isso foi me calando fundo. Até mesmo aos 15 anos, em 1961, quando estudava no Mackenzie, nós aprendemos sobre a semana de 22 no colégio. Nessa época minha mãe me incentivava a falar para o professor de literatura que eu era filha de Oswald de Andrade, mas eu relutava. Depois de um tempo, eu criei coragem e fui falar com o professor no final da aula: ‘professor, sou filha de um escritor que fez a semana de 22’. Ele perguntou meu nome completo. Respondi: ‘Antonieta Marília de Oswald de Andrade’. Em resposta, ele me perguntou se eu era filha do Mário de Andrade. Aquilo pra mim foi muito forte, ainda mais quando me disse que Oswald não era um nome que constava na história do movimento modernista. Na minha cabeça de adolescente, eu passei a contornar  essa série de negativas sobre meu pai com a teoria de que o grande Oswald de quem minha mãe tanto falava era original de sua cabeça apaixonada – afinal, nunca encontrava um depoimento que comprovasse sua importância; não via livros na livraria, ninguém nunca comentava a seu respeito, não encontrava nada do meu pai.

Sua convivência com ele foi muito curta, foram apenas nove anos. Como foi acompanhar o final da vida dele?

Foi bem trágico, muito triste. Ele era diabético e cardíaco, numa época que não existia os recursos que existem hoje. Definhou terrivelmente, você vê a pessoa desaparecer. E ele não tinha mais dinheiro, dissipara uma fortuna enorme. Perdeu tudo, tudo, tudo! Ele fazia empréstimos para pagar comida e remédios. Minha mãe não trabalhava nessa época, cuidava dele e da obra dele e se dedicava aos filhos também. Foi um processo longo, de dois anos. E tinha essa tristeza, constante. Eu o vi chorar várias vezes por causa da falta de reconhecimento.

Os amigos não o visitavam mais… Quer dizer, Antonio Candido e Mário Silva Brito visitavam. Inclusive o Mário Silva Brito tem um depoimento em que ele conta que foi visitar o Oswald e, quando saiu da casa, debruçou num poste e ficou chorando durante uma hora por ver o Oswald no estado que ele estava. Agora imagina você criança, vendo que ele ia morrer. No dia seguinte a morte dele minha mãe pegou todos os remédios fechados e foi pedir pra farmácia devolver o dinheiro, pra gente poder comprar comida.

Minha mãe se recuperou, arrumou um emprego, um grande amigo ajudou, e fomos levantando. Mas foram seis anos para voltar a ter uma vida estável. Moramos em lugares péssimos. Eu não vejo problema nisso – eu vivi isso. Mas o trauma está em você acordar num dia e estar tudo virado de cabeça pra baixo, com a família desmembrada, meus irmãos mais velhos desapareceram de casa, meus sobrinhos nunca mais voltaram. Foi um trauma. É difícil ter oito anos e equacionar tudo isso. Minha mãe ficou numa depressão enorme.

Eu quis escrever meu livro sobre ele [Maria Antonieta D’Alkimin e Oswald de Andrade: Marco Zero, de 2003] um pouco por causa disso. Para o público em geral, o Oswald é aquele que foi marido da Tarsila, é o marido da Pagu. Mas ele ficou três anos com a Tarsila. E um ano com a Pagu. E, no entanto, ele é o marido da Pagu. Mas ele ficou com minha mãe desde que se conheceram. Foram quinze anos. Os anos finais de sua vida, os anos do esquecimento. Ele uma vez disse que se a tivesse encontrado desde cedo, com 20 anos, nunca teria ficado com outra mulher. E eu penso que ninguém sabe quem é Maria Antonieta D’Alkimin. Ficam me perguntando “Você é filha da Pagu? Você é filha da Tarsila??”. (risos) E eu respondo “Não, não sou filha da Tarsila!” (risos)

Como reconheceu a importância de seu pai? Demorou muito para que reconhecesse o “Oswald-pai” como um ícone da cultura brasileira?

O reconhecimento veio muito mais tarde, quando eu morava no Rio de Janeiro, em 1967. Foi graças ao Paulo [Marcos, irmão], que descobriu que o Zé Celso iria dirigir O Rei da Vela em São Paulo e me obrigou a vir assistí-la. Vê-la foi muito lindo, foi nesse momento que percebi que meu pai era um grande escritor, me orgulhei muito de pensar que era ele o autor de tudo aquilo. Anos mais tarde conversei com o Zé Celso, para agradecê-lo pela adaptação da peça, e descobri que ele mesmo não conhecia o trabalho de meu pai e que a decisão por encenar O Rei da Vela aconteceu depois da sugestão bastante insistente de Renato Borghi. E hoje todos sabem da importância dessa peça para a história do teatro brasileiro.

Além dessa peça que o Zé Celso fez, há algum outro momento que você percebe que a imagem de Oswald de Andrade é retomada e colocada em seu devido lugar?

Depois de O Rei da Vela, certamente houve uma mudança muito grande na imagem púbica de Oswald e muito se deve a essa peça, mas sem dúvida o trabalho do Antônio Cândido, dos irmãos [Haroldo e Augusto] de Campos e Décio Pignatari foi decisivo pra essa guinada – nesse momento surgiu um boom, uma onda pró-Oswald de Andrade. Graças a eles eu passei a acreditar que meu pai tinha realmente feito a Semana de Arte Moderna (risos)

Como foi a relação com Antonio Candido depois que seu pai morreu, a relação com o homem que desde o começo ficou ao lado da família?

Antonio Candido foi o padrinho de meu irmão Paulinho. Então foi sempre uma figura presente, uma figura de tio. Eu brincava com as filhas dele, com a Ana Luísa. E a gente se viu muito depois da morte do meu pai, com a Gilda inclusive. As conversas sempre foram sobre intimidade, sobre o que nós vivemos e o fim de vida de Oswald. E sempre foi muito sincero sobre o que ele gosta e não gostava. Ele falava ‘Miramar [Memórias Sentimentais de João Miramar] e Serafim [Serafim Ponte Grande] são obras-primas universais, mas eu não gosto de [Os] Condenados e Marco Zero [à Revolução Melancólica]’.

Também falamos sempre sobre quando começaram a chamar o Oswald [Oswáld] de Ôswald. Começou quando o Kennedy [John Kennedy, presidente dos EUA] morreu. Depois do assassino dele, o Lee Oswald, se pronunciando Ôswald. Pra todo mundo aqui ele era Oswaldo mesmo. No colégio os alunos aprendem Ôswald.  O Antonio Candido falava ‘deixa eles, Marília. O Ôswald é o deles. O Oswaldo é o nosso, é aquele que poucos conhecem, que eu e você sabemos quem é’.

Na sua infância, Oswald de Andrade era um anônimo para você, era um pai como todos os outros. Na juventude essa imagem passou por uma transformação muito grande. Como você analisa esse hiato tão longo pelo qual passou até que seu pai fosse reconhecido pelo Brasil de modo geral?

No centenário de nascimento do Oswald, em 1990, foi feito um barulho bastante grande para homenagear o meu pai, eu mesma fui entrevistada várias vezes. Certa vez, questionei para os jornalistas: ‘por que vocês não o homenagearam enquanto ele estava vivo? Por que o deixaram morrer achando que nunca mais seria publicado?’. Viver essa espera como filha foi muito dolorido.

Depois de um determinado momento você passou a reconhecer a importância e a justa fama de seu pai. Como foi essa mudança de perspectiva? Como é viver a fama de seu pai?

Por um longo período, até meados da década de 1980, eu não gostava de falar que eu era filha de Oswald de Andrade – eu queria me diferenciar de meu pai, provar que eu tinha valor por mim mesma, e não por sua sombra; não queria ser seu segundo capítulo. Hoje, já velha, não tenho mais esse problema – muito pelo contrário, quando descobrem quem eu sou, eu tenho orgulho de responder de boca cheia: sou sim filha dele.

Como você vê a obra dele presente na sociedade hoje?

Acho que os manifestos deveriam ser obrigatórios. Decorados. Discutidos nas escolas. (risos), mas é uma justiça enorme o que está sendo feita ao Oswald. Como todo grande artista, ele foi um visionário. Estava um século adiante do tempo dele. O que ele escreveu tem enorme valor hoje. Pra quem quer conhecer mais da cultura brasileira, mas também pra quem quiser se divertir. Ele é simultaneamente interessante, profundo e engraçado. Sinto que ainda falta divulgação da obra dele – e não da figura, essa já é divulgadíssima.

Você esperou muito para ver seu pai ser reconhecido?

Ele dizia “as massas ainda comerão os biscoitos finos que fabrico”. Não sei se as massas já comeram todos os biscoitos dele, mas os manifestos, por exemplo, são coisas que as pessoas certamente conhecem. Nos anos de 1950, quando ele morreu, não era assim. Tinham alguns entendidos, mas fora eles, ninguém entendia o que ele estava dizendo. ‘Tupi or not tupi, that is the question’, por exemplo: o que era isso? Ninguém sabia, hoje todos já sabem.

Contaram-me recentemente que no metrô das Clínicas fizeram umas colunas com trechos de poemas.  Falaram para eu ir até lá que eu veria milhões de pessoas, de todas as classes sociais, lendo Oswald de Andrade. Fiquei muito emocionada com isso. Finalmente as massas estão comendo os biscoitos finos que ele fabricou! (risos). Se estão digerindo eu não sei, mas estão comendo!

O mais rebelde dentre tantos rebeldes”


Nascido em São Paulo em 1890, José Oswald de Sousa Andrade Nogueira, filho único de uma família abastada, presencia a virada do século marcada pelo surgimento do rádio, do cinema, das propagandas, do bonde-elétrico. Aos 22 anos faz suas primeiras viagens à Europa e entra em contato com as vanguardas européias como o Cubismo e o Futurismo, fato que seria decisivo para a sua arte.Em 1917, conhece Mário de Andrade, com quem teria uma forte parceria artística.

Fortemente marcado pelas vanguardas, é um dos grandes nomes da Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo, ao lado de artistas como Tarsila do Amaral, Vitor Brecheret, Anita Malfatti, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Como dizia o Correio Paulistano de 29 de janeiro daquele ano, a Semana era “a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual”.

A Semana de 22 não é bem recebida pelo público paulistano, marcado por tradições realistas, simbolistas e parnasianas. Monteiro Lobato, grande nome da cultura brasileira na época, chega a criticar duramente Anita Malfatti em “Paranóia ou Mistificação?”: “Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas (…) A outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva”, dizia Monteiro Lobato, em clara crítica às vanguardas modernistas.

Em 1924, Oswald publica o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, que viria a marcar toda produção literária modernista brasileira. Defende uma poesia “ingênua”, no sentido de não contaminada pelas formas preestabelecidas de pensar e fazer arte e que não poderia se levar pelo espírito da imitação. No mesmo ano publica o romance “Memórias Sentimentais de João Miramar”, revolucionário por trazer “capítulos-relâmpago”, fragmentos, numa relação com o Cinema que se desenvolvia. Em 1925 publica seu primeiro livro de poesia, “Pau-Brasil”, livre dos moldes românticos e parnasianos.

Com desenhos de Tarsila do Amaral, emprega os valores defendidos em seu manifesto e que sintetizavam a busca de um caráter nacional para a arte e a luta contra as forma convencionais. “Dê-me um cigarro / Diz a gramática / Do professor e do aluno / E do mulato sabido / Mas o bom negro e o bom branco / Da Nação Brasileira / Dizem todos os dias / Deixa disso camarada / Me dá um cigarro”.

Em 1926 casa-se com Tarsila do Amaral. Em 1928, mais um marco da cultura brasileira do século XX: o Manifesto Antropófago, no primeiro exemplar da Revista de Antropofagia. O conceito de “antropofagia” iria marcar a cultura brasileira, reverberando até o movimento tropicalista na década de 60.

O manifesto nacionalista não  é xenófobo, mas xenofágico: Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago. Assim Oswald seria um vanguardista, e teria sido o primeiro brasileiro, cronologicamente, a influenciar o concretismo.

O desejo de criar uma língua brasileira se manifestaria em sua obra por toda a vida, principalmente por um vocabulário popular, explorando certos “desvios” do falante brasileiro. Como em “Vícios da Fala”: “Para dizerem milho dizem mio / Para melhor dizem mió / Para pior pió / Para telha dizem teia / Para telhado dizem teiado / E vão fazendo telhados.”

Oswald casa-se com sua última mulher, Maria Antonieta D’Alkimin em 1943, aos 54 anos. Tem sua última filha, Antonieta Marília de Oswald de Andrade, em 1945. Três anos depois nasce seu último filho, Paulo Marcos de Andrade.

Morre em 22 de outubro de 1954, aos 64 anos. É enterrado em São Paulo, no Cemitério da Consolação. //

4 Respostas

  1. Leandro Gouveia

    Parabéns pelas ótimas matéria e entrevista!

    julho 21, 2010 às 12:19 am

  2. Fernando Delmonte

    Ótima entrevista! Lembrei-me de um caso que o Zé Celso contou em uma palestra nos cem anos de Oswald: “No dia 22 de outubro de 1954, Oswald, doente, vivia de pequenas rendas. Seu filho Nonê conta que, a pedido do pai, saiu para cobrar aluguéis atrasados de um teatro de propriedade da família, o Teatro Íntimo Nicette Bruno, então ocupado pela estrela Elvira Pagã. Quando seu filho voltou, do leito Oswald perguntou: “- E aí? A Elvira pagô?” Foi seu último poema piada”.

    agosto 15, 2010 às 11:12 am

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